Queremos evoluir sem nunca esquecer a nossa identidade. Queremos celebrar a cultura que nos caracteriza e levá-la mais longe. A arte de rimar ao improviso não é exclusiva de uma expressão artística. Desafiámos o MC Dyabetik e a Comissão Bordeirense de Charolas para andarem à “buftada” num duelo de astúcia e trocadilhos verbais sobre a cultura farense.
DYABETIK
João Pedro Martins Neves a.k.a Dyabetik é natural de Faro. Inicia a sua jornada no universo hip-hop em 2004 com o nome artístico Prioritário. Criou o grupo Soldados do Rap a.k.a SDR em conjunto com os MC's h2o, PP e o produtor Rateres. Seguiram-se vários anos de concertos e gravações em estúdio onde se destacam os seguintes projectos:
- E.P | Do nada nasce tudo | 2007
- Mixtape | Rap Farense | 2008
- Mixtape | Flow´nética | 2010
- Álbum | Sabre | 2012
- Mixtape | Tolerância Zero | 2013
- E.P | BeatOteca | 2013
Nos anos seguintes focou a sua atividade em parcerias com outros criadores, dos quais se destacam: Frontal, Comum, Flexa, Okin, Rabica, Miztah by, Chester, Kabula, Peter Parker e Don Pini. Em 2020 assina a solo o projecto Dyabetik, lançando vários singles e chegando à fase final do RedBull Francamente, a maior competição de improviso de Portugal. Está neste momento a trabalhar no seu primeiro álbum a solo.
- E.P | Do nada nasce tudo | 2007
- Mixtape | Rap Farense | 2008
- Mixtape | Flow´nética | 2010
- Álbum | Sabre | 2012
- Mixtape | Tolerância Zero | 2013
- E.P | BeatOteca | 2013
Nos anos seguintes focou a sua atividade em parcerias com outros criadores, dos quais se destacam: Frontal, Comum, Flexa, Okin, Rabica, Miztah by, Chester, Kabula, Peter Parker e Don Pini. Em 2020 assina a solo o projecto Dyabetik, lançando vários singles e chegando à fase final do RedBull Francamente, a maior competição de improviso de Portugal. Está neste momento a trabalhar no seu primeiro álbum a solo.
COMISSÃO BORDEIRENSE DE CHAROLAS
Num recanto do Algarve, algures entre o mar e a serra, há uma pequena terra de seu nome Bordeira. Um sítio pertencente à freguesia de Santa Bárbara de Nexe e ao concelho de Faro.
Bordeira é pequena em área geográfica, mas enorme em cultura, costumes e tradições. É o berço de inúmeros acordeonistas e poetas.
Ao romper de cada ano, especialmente nos dias 1 e 6 de janeiro, Bordeira sai à rua com a sua tradição maior – as charolas – grupos que ao som de acordeão, pandeiros, castanholas e ferrinhos cantam e versam de improviso. As charolas de Bordeira são profanas, não têm cariz religioso.
Canta-se a saudade, a amizade, a crítica, a chacota, a honra no passado, o orgulho no presente, o abraço ao emigrante distante… canta-se Bordeira, terra amada.
Esta tradição, como a conhecemos, é centenária e despontou com o findar da Primeira Guerra Mundial e com o regresso dos bordeirenses, tendo sido recebidos em festa na terra natal.
As charolas são uma tradição que vem no ADN dos bordeirenses, uma tradição hereditária, que passa de geração em geração e que engloba gente de todas as idades.
Bordeira é pequena em área geográfica, mas enorme em cultura, costumes e tradições. É o berço de inúmeros acordeonistas e poetas.
Ao romper de cada ano, especialmente nos dias 1 e 6 de janeiro, Bordeira sai à rua com a sua tradição maior – as charolas – grupos que ao som de acordeão, pandeiros, castanholas e ferrinhos cantam e versam de improviso. As charolas de Bordeira são profanas, não têm cariz religioso.
Canta-se a saudade, a amizade, a crítica, a chacota, a honra no passado, o orgulho no presente, o abraço ao emigrante distante… canta-se Bordeira, terra amada.
Esta tradição, como a conhecemos, é centenária e despontou com o findar da Primeira Guerra Mundial e com o regresso dos bordeirenses, tendo sido recebidos em festa na terra natal.
As charolas são uma tradição que vem no ADN dos bordeirenses, uma tradição hereditária, que passa de geração em geração e que engloba gente de todas as idades.
Em Bordeira, existem 6 grupos do ativo: A Democrata, Juvenil Bordeirense, Juventude União Bordeirense, Mocidade União Bordeirense, Sociedade Recreativa Bordeirense e União Bordeirense. Cada charola reúne-se nos últimos meses do ano para preparar a sua apresentação para o ano que se segue; há que ensaiar músicas e letras para entrar no ano novo com a lição sabida.
Chegado o ano novo, o dia 1 de janeiro amanhece com brilho especial e as charolas saem à rua.
A atuação de cada grupo passa geralmente por 4 momentos: marcha de entrada – que pode ser tocada ou tocada e cantanda-, estilo – onde o começador canta uma quadra de improviso, seguido pelo restante grupo a cantar o coro e a tocar-, a valsa das vivas – onde qualquer membro do grupo ou qualquer pessoa do público pode versar sobre o que quiser- e, para finalizar, a marcha de saída – tocada e cantada por todo o grupo.
Este ano de 2020 começou em Bordeira com os festejos dos 100 anos de História das Charolas, tendo sido também criada a “Marcha do Centenário”, cantada e tocada em uníssono por todas as charolas.
Todos os anos, nos dias 1 e 6 de janeiro, todos os caminhos vão dar a Bordeira. As ruas, os cafés, a Sociedade Recreativa Bordeirense,…todos os locais onde as charolas atuam enchem-se de gente. Bordeira recebe muitos visitantes de terras e concelhos vizinhos, que a visitaram uma vez para ver o que são charolas e se tornaram visitantes habituais, ficando também eles fãs desta tradição. Os próprios grupos também têm atuações fora de Bordeira, divulgando a tradição e levando-a mais além, tendo atuado já em sítios como Santa Bárbara de Nexe, Faro, Algoz, Paderne, Estoi, Pechão, Olhão, São Brás de Alportel, Vilamoura e até, em Lisboa, na Assembleia da República.
Esta tradição envaidece bastante o povo bordeirense, que com orgulho e brio tenta cada ano superar-se e fazer sempre mais e melhor.